INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
ELEMENTOS DA
COMUNICAÇÃO
QUESTÃO 01
Concordo plenamente com o
artigo "Revolucione a sala de aula". É preciso que valorizemos o ser
humano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na importância de aprender
a respeitar nossos limites e superá-los, quando possível, o que será mais fácil
se pudermos desenvolver a capacidade de relacionamento em sala de aula. Como
arquiteta, concordo com a postura de valorização do indivíduo, em qualquer
situação: se procurarmos uma relação de respeito e colaboração, seguramente
estaremos criando a base sólida de uma vida melhor.
Tânia Bertolucide Souza,
Porto Alegre, RS, Disponível em:<:http://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>.
Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).
Em uma sociedade letrada
como a nossa, são construídos textos diversos para dar conta das necessidades
cotidianas de comunicação. Assim, para utilizar-se de algum gênero textual, é
preciso que conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é um gênero textual
que
(A) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado
pela tipologia da ordem da injunção (comando) e estilo de linguagem com alto
grau de formalidade.
(B) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é o de
descrever os assuntos e temas que circularam nos jornais e revistas do país
semanalmente.
(C) se organiza por uma estrutura de elementos bastante
flexível em que o locutor encaminha a ampliação dos temas tratados para o
veículo de comunicação.
(D) se constitui por um estilo caracterizado pelo uso da
variedade não-padrão da língua e tema construído por fatos políticos.
(E) se organiza em torno de um tema, de um estilo e em
forma de paragrafação, representando, em conjunto, as ideias e opiniões de
locutores que interagem diretamente com o veículo de comunicação.
QUESTÃO 02
José Dias precisa sair de
sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra a lista 1. Ele vai de ônibus
e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona
norte e a zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e
sul; 3) deste último terminal até onde trabalha. Sabe-se que há uma
correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José toma,
conforme a lista 2.
Lista 01
zona norte – casa
zona central
zona sul – trabalho
Lista 02
linha 100 -
circular zona sul - linha amarela
linha 101 – circular linha central – linha vermelha
linha 102 – circular zona norte – linha azul
José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de
linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:
(A) L. 102 - Circular zona central - L. Vermelha.
(B) L. Azul - L. 101 - Circular zona norte.
(C) Circular zona norte - L. Vermelha - L. 100.
(D) L. 100 - Circular zona central - L. Azul.
(E) L. Amarela - L. 102 - Circular zona sul.
QUESTÃO 03
Comparando as figuras, que
apresentam mobiliários de épocas diferentes, ou seja, a figura 1 corresponde a
um projeto elaborado por Fernando e Humberto Campana e a figura 2, a um
mobiliário do reinado de D. João VI, pode-se afirmar que
(A) os materiais e as
ferramentas usados na confecção do mobiliário de Fernando e Humberto Campana,
assim como os materiais e as ferramentas utilizados na confecção do mobiliário
do reinado de D. João VI, determinaram a estética das cadeiras.
(B) as formas predominantes
no mobiliário de Fernando e Humberto Campana são complexas, enquanto que as
formas do mobiliário do reinado de D. João VI são simples, geométricas e
elásticas.
(C) o artesanato é o atual
processo de criação de mobiliários empregado por Fernando e Humberto Campana,
enquanto que o mobiliário do reinado de D. João VI foi industrial.
(D) ao longo do tempo, desde
o reinado de D. João VI, o mobiliário foi se adaptando consoante as
necessidades humanas, a capacidade técnica e a sensibilidade estética de uma
sociedade.
(E) o mobiliário de Fernando
e Humberto Campana, ao contrário daquele do reinado de D. João VI, considera
primordialmente o conforto que a cadeira pode proporcionar, ou seja, a função
em detrimento da forma.
QUESTÃO 04
O poema O apanhador de desperdício, de Manoel de Barros
será utilizado para resolver as questões 4 e 5.
Uso a palavra para compor
meus ilêncios. /Não gosto das palavras/ fatigadas de informar./ Dou mais
respeito/ às que vivem de barriga no chão/ tipo água pedra sapo./ Entendo bem o
sotaque das águas / Dou respeito às coisas desimportantes/ e aos seres
desimportantes./ Prezo insetos mais que aviões./ Prezo a velocidade/ das
tartarugas mais que a dos mísseis./ Tenho em mim um atraso de nascença./ Eu fui
aparelhado/ para gostar de passarinhos./ Tenho abundância de ser feliz por
isso./ Meu quintal é maior do que o mundo./ Sou um apanhador de desperdícios: /
Amo os restos/ como as boas moscas. / Queria que a minha voz tivesse um
formato/ de canto./ Porque eu não sou da informática:/ eu sou da
invencionática./ Só uso a palavra para compor meus silêncios./
BARROS, Manoel de. O
apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa. Antologia comentada da
poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.
É próprio da poesia de
Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor
importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é
expressa por meio da linguagem:
(A) denotativa, para
evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.
(B) rebuscada de neologismos que depreciam elementos
próprios do mundo moderno.
(C) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres
insignificantes.
(D) simples, porém expressiva no uso de metáforas para
definir o fazer poético do eu-lírico poeta.
(E) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico
e o pragmatismo da era da informação digital.
QUESTÃO 05
Considerando o papel da arte
poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afirma-se que
(A) informática e
invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo
valor na sua poesia.
(B) arte é criação e, como
tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra para dar
sentido à própria vida.
(C) a capacidade do ser
humano de criar está condicionada aos processos de modernização tecnológicos.
(D) a invenção poética, para
dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da informática.
(E) as palavras no cotidiano
estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não comunicabilidade.
QUESTÃO 06
Aumento do efeito estufa
ameaça plantas, diz estudo. O aumento de dióxido de carbono na atmosfera,
resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter
consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar
diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na
Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o
crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde
das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países. O
Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua
manutenção temática. A partir dessa perspectiva, conclui-se que
(A) a palavra "mas", na linha 3, contradiz a
afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
(B) a palavra "embora", na linha 4, introduz
uma explicação que não encontra complemento no restante do texto.
(C) as expressões: "consequências calamitosas",
na linha 2, e "efeitos incalculáveis", na linha 6, reforçam a ideia
que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
(D) o uso da palavra "cientistas", na linha 3,
é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez que se fala em
"estudo" no título do texto.
(E) a palavra "gás", na linha 5, refere-se a
"combustíveis fósseis" e "queimadas", nas linhas 1 e 2,
reforçando a ideia de catástrofe.
QUESTÃO 07
Texto I
Ser brotinho não é viver em
um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e
rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou
invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.
CAMPOS, Paulo Mendes. Ser
brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas
brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.
Texto II
Ser gagá não é viver apenas
nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os
que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por
necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a
arcada.
FERNANDES, Millôr. Ser gagá.
In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.
Os textos utilizam os mesmos
recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles,
(A) expressões coloquiais com significados semelhantes.
(B) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres
humanos.
(C) recursos específicos de textos escritos em linguagem
formal.
(D) termos denotativos que se realizam com sentido
objetivo.
(E) metalinguagem que explica com humor o sentido de
palavras.
QUESTÃO 08
Apesar da ciência, ainda é
possível acreditar no sopro divino - o momento em que o Criador deu vida até ao
mais insignificante dos micro-organismos?
Resposta de Dom Odilo
Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:
"Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a
existir algo, para poder evoluir em seguida. O ato do criador precede a
possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e
evolui."
Resposta de Daniel Dennet,
filósofo americano ateu e evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor
por Oxford: "É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um
super-homem veio para a Terra há 530 milhões de anos e ajustou o DNA da fauna
cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há razão para
crer em fantasias desse tipo."
LIMA, Eduardo. Advogado do
Diabo. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 (com
adaptações).
Os dois entrevistados
responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas
aqui. Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus
e o outro não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,
(A) o religioso ataca a
ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta comprovações
científicas dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
(B) Scherer impõe sua
opinião, pela expressão "claro que sim", por se considerar autoridade
competente para definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com
expressões como "é possível", assumindo não ter opinião formada.
(C) o arcebispo critica a
teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu
argumenta com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
(D) o arcebispo usa uma
lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o filósofo faz
uma ironia, sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa
lacuna.
(E) o filósofo utiliza dados
históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo
primitivo, criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua
argumentação no fato de que algumas coisas podem "surgir do nada".
QUESTÃO 09
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico
habitante da zona rural, comumente chamado de "roceiro" ou
"caipira". Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada
primordialmente pela
(A) transcrição da fala característica de áreas rurais.
(B) redução do nome "José" para "Zé",
comum nas comunidades rurais.
(C) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem
como coloquial.
(D) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns
nos meios urbanos.
(E) utilização da palavra "coisa", pouco
frequente nas zonas mais urbanizadas.
QUESTÃO 10
A sociedade atual testemunha
a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno,
sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto,
parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa
limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear
os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o
equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome
de exclusão digital.
No contexto das políticas de
inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de
informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que
capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a
compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de
ler e escrever textos e receber comentários na internet para desenvolver a
interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de
programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para
capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação
pela rede em busca de jogos que possam ser "baixados" gratuitamente
para serem utilizados como entretenimento.
(E) estimular as habilidades
psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como mouse, teclado,
monitor etc.
GABARITO
Questão 1 - Gabarito: E
Habilidade 1 - Identificar
as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de
caracterização dos sistemas de comunicação.
Questão 2 - Gabarito: C
Habilidade 2 - Recorrer aos
conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para
resolver problemas sociais. Questão 3 - Gabarito: D
Habilidade 13 - Analisar as
diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas,
padrões de beleza e preconceitos.
Questão 4 - Gabarito: D
Habilidade 15 - Estabelecer
relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos
do contexto histórico, social e político.
Questão 5 - Gabarito: B
Habilidade 17 - Reconhecer a
presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio
literário nacional.
Questão 6 - Gabarito: C
Habilidade 18 - Identificar
os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
Questão 7 - Gabarito: E
Habilidade 22 - Relacionar,
em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
Questão 8 - Gabarito: D
Habilidade 24 - Reconhecer
no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público,
tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.
Questão 9 - Gabarito: A
Habilidade 25 - Identificar,
em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as
variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
Questão 10 - Gabarito: B
Habilidade 30 - Relacionar
as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e
ao conhecimento que elas produzem.
QUANTO TEMPO DEMORA UM
PROCESSO? (fragmento)
É lugar comum a afirmação de
que a Justiça é lenta, de que os processos judiciais demoram excessivamente.
Afirma-se isso a todo instante. Os meios de comunicação de massa (imprensa
escrita, rádio e televisão) repetem a observação, sem
qualquer ressalva, e
contribuem para tornar a lentidão judicial uma “verdade”. Os que assim
procedem, certamente justificados por grande número de casos morosos, não sabem
que muitos processos têm andamento célere, terminam rapidamente, que, com
freqüência,os procedimentos judiciais são, na prática, mais rápidos do que os
da esfera administrativa, apesar das garantias de igualdade entre as partes, oportunidades para intervir,
e tudo o mais. Por outro lado, há quem sustente que a grande maioria dos
processos acaba razoavelmente depressa, e que somente pequena parte deles é
morosa. Alega-se então que, precisamente porque minoria, os processos muito
demorados constituem afastamento da regra geral e são curiosidades e, portanto,
notícia. O debate desenvolve-se nesses termos, prevalecendo as vozes que apontam a morosidade judicial
como um mal predominante nas coisas da Justiça. Não existem, porém,estudos
sérios a respeito. Ninguém procura pesquisar a verdade, a realidade do que
efetivamente se passa na tramitação dos processos judiciais, e que constitui,
afinal de contas, a maneira pela qual o Direito vive, deduzido pelas partes e
proclamado pelos Tribunais. Desse modo, continuam as acusações ao Judiciário,
cujo desprestígio é uma conseqüência natural e lógica de tais conceitos
correntes. O que ocorre realmente? Quais as verdadeiras dimensões do problema
da afirmada lentidão judicial? É esse um fenômeno geral, dominante, ou
setorial, ocorrente apenas em parte, em alguns setores do aparelho judicial, ou
em certos tipos de procedimento? Essas e muitas outras questões podem ser
suscitadas a propósito. O que está faltando, entretanto, é a formulação de
perguntas certas a aspectos dos fatos relevantes, com a realização de um estudo da realidade, e não apenas do
discurso (otimista em parte da doutrina, pessimista nos veículos de comunicação de massa e na
voz corrente da população). Ainda não se procurou verificar a realidade, com a
utilização dos meios apropriados, com vistas ao efetivo conhecimento a
respeito, e com a resultante possibilidade de se planejar, com dados concretos,
as medidas destinadas a superar as deficiências existentes. (Felippe Augusto de
Miranda Rosa, desembargador TJ/RJ. Revista da Emerj, vol.4, n. 14, p. 163/164)
627) A pergunta que serve de título ao texto:
a) é respondida, alegando-se que a demora é um problema
setorial, ocorrente apenas em parte.
b) é respondida, indicando-se que a demora é “uma
verdade” criada pela comunicação de massa.
c) é respondida, retrucando-se que a demora, de fato, não
existe.
d) é respondida, reconhecendo-se a demora como um
problema da Justiça.
e) não é respondida no texto.
628) Dizer que a Justiça é lenta, segundo o texto, é “um
lugar comum”; isto
significa que:
a) a Justiça é, de fato, lenta.
b) a Justiça é considerada lenta pelos meios de
comunicação de massa.
c) a afirmativa sobre a lentidão da Justiça é feita de
forma irresponsável.
d) a lentidão da Justiça é tema repetitivo.
e) a Justiça é lenta nos casos em que estão envolvidas
pessoas comuns.
629) “É lugar comum a afirmação de que a Justiça é lenta, de que os processos judiciais demoram
excessivamente.”; a terceira oração desse período funciona, em relação à
segunda, como uma:
a) retificação
b) explicitação
c) complementação
d) adição
e) alternativa
630) Segundo o texto, os meios de comunicação de massa:
a) apontam a morosidade judicial como um mal predominante
nas coisas da Justiça.
b) já fizeram estudos a respeito da morosidade judicial.
c) colaboram para que a imagem de lentidão na Justiça se
acabe.
d) fazem com que uma probabilidade se torne “verdade”.
e) desconhecem que a maioria dos casos judiciais é
rapidamente resolvida.
631) A imprensa escrita, rádio e televisão são apontados
como meios de comunicação “de massa”, e são assim denominados porque:
a) envolvem grande quantidade de pessoas.
b) trabalham para receptores desconhecidos.
c) mostram a realidade das classes mais populares.
d) não revelam preocupações sociais.
e) não defendem qualquer preconceito social.
632) “...os meios de comunicação de massa (imprensa
escrita, rádio e televisão)...”; os termos entre parênteses, neste texto da
revista da Escola de Magistratura:
a) mostram a preocupação do autor com a clareza
argumentativa.
b) trazem uma explicação necessária, já que se trata de
conhecimento novo.
c) classificam os meios de comunicação de massa segundo
os sentidos predominantes.
d) esclarecem que o autor se limita a alguns dos meios de
comunicação de massa.
e) esclarecem, talvez desnecessariamente, o conteúdo
semântico do termo anterior.
633) “...repetem a observação, sem qualquer ressalva, e contribuem
para tornar a lentidão judicial uma verdade.”; considerando-se a mensagem do
texto, o segmento “sem qualquer ressalva” nos diz, implicitamente, que a “ressalva” deveria
conter:
a) informações sobre a causa da lentidão judicial
b) dados que atenuassem a idéia de que a Justiça é lenta
c) indicações das péssimas condições de trabalho da
Justiça
d) protestos sobre os baixos salários do Judiciário
e) a confissão de desconhecimento do assunto por parte da
imprensa
634) O vocábulo “ressalva” aparece no Michaelis - Moderno dicionário da língua
portuguesa (Melhoramentos, SP, 1998, p.
1829) com 6 significados, dos quais relacionamos cinco nos itens abaixo; o
significado mais adequado à situação desse vocábulo no texto é:
a) nota em que se corrige um erro que passou no texto
b) nota escrita que põe alguém a salvo; documento de
garantia
c) exceção, reserva
d) cláusula
e) reparação de erro; errata
635) O fato de usarem-se aspas na palavra verdade,
ao final do primeiro parágrafo, indica que:
a) a palavra está empregada com valor humorístico.
b) o autor pretende dar ao termo um novo significado.
c) o autor não concorda totalmente que a lentidão
judicial seja uma realidade.
d) o texto quer destacar o termo, valorizando o seu
sentido original.
e) o vocábulo é empregado com valor pejorativo.
636)”Os que assim procedem, certamente justificados por
grande número de casos morosos, não sabem...”; o segmento sublinhado quer
dizer, no contexto em que se insere, que:
a) ocorrem muitos casos comprovadores de lentidão
judicial, em que se apóiam os que acusam a Justiça por esse defeito.
b) há um grande número de casos complicados na Justiça, o
que certamente justifica a demora em sua apreciação.
c) os que defendem a Justiça justificam a demora pelo
grande número de casos a apreciar.
d) o grande número de casos leva a que se justifique a
demora da Justiça, alegando-se a preocupação com a certeza do julgamento.
e) muitos casos demoram na Justiça muito mais do que o
esperado.
637) Segmento do texto que NÃO apresenta um argumento de
defesa diante das acusações de lentidão judicial:
a) “os que assim procedem, certamente justificados por
grande número de casos morosos,...”
b) “...não sabem que muitos processos têm andamento
célere,...”
c) “...terminam rapidamente;”
d) “...que, com freqüência, os procedimentos judiciais
são, na prática, mais rápidos do que os da esfera administrativa,...”
e) “...há quem sustente que a grande maioria dos
processos acaba razoavelmente depressa;”
638) “...apesar das garantias de igualdade entre as
partes, oportunidades para intervir, e
tudo o mais.”; dentro da situação do texto, os elementos sublinhados atuam
como:
a) causas de maior rapidez para os processos da área
administrativa
b) argumentos que justificam a maior rapidez na apreciação
dos processos
c) desvantagens no julgamento dos processos da área
administrativa
d) elementos que colaboram para a lentidão dos processos
judiciais
e) razões que confirmam a rapidez no julgamento dos
processos administrativos
639) “Por outro lado, há quem sustente que a grande
maioria dos processos acaba razoavelmente depressa;”; a expressão por outro
lado tem, neste caso,
valor de:
a) adição
b) oposição
c) comparação
d) concessão
e) explicação
640) “...precisamente porque minoria, os processos muito demorados constituem afastamento da
regra geral, são curiosidades e, portanto, notícia.”; infere-se desse segmento
do texto que:
a) quanto mais raro o fato, maior o interesse público por
ele.
b) os jornais só se interessam pelos aspectos negativos
dos fatos.
c) a lentidão é a regra geral na apreciação dos processos
judiciais.
d) os processos julgados de forma rápida são exceção da
regra.
e) os processos com curiosidades raras provocam maior
interesse dos jornais.
641) As perguntas do quinto parágrafo do texto:
a) representam dúvidas da população em geral sobre o tema
abordado no texto.
b) indicam questões que só os advogados experientes podem
responder.
c) introduzem novos pensamentos para a reflexão do autor.
d) são questionamentos possíveis e ainda não respondidos.
e) propõem uma nova maneira de encarar o problema
discutido no texto.
642) A principal mensagem do autor do texto é:
a) a lentidão judicial é um mal real, mas que pode ser
combatido e solucionado, se os meios de comunicação de massa prestarem a sua
colaboração.
b) antes de qualquer outra medida, é preciso que se
verifique a realidade do problema da lentidão judicial para que só então se
tomem as medidas adequadas.
c) a lentidão judicial é vista de dois modos, daí que se
torne confusa a situação entre otimistas e pessimistas.
d) as deficiências existentes nos processos judiciais
podem ser superadas se os interessados se apoiarem na experiência bem sucedida
dos processos administrativos.
e) cabe aos profissionais do Direito defender o seu
prestígio, bastante abalado pela visão pessimista, divulgada pela imprensa,
sobre a lentidão judicial.
TEXTO LXXXIX
DO PÚBLICO E DO PRIVADO
A discussão sobre os limites do domínio público e do
domínio privado
ocupou um lugar quase inusitado nos debates da
atualidade.
Podemos, é claro, atribuir esse interesse à perspectiva,
agora frustrada,
da revisão da
Carta Constitucional, que
implicaria a possibilidade
de
5 redefinição do papel do Estado e, conseqüentemente, do
que se
convencionou chamar de sociedade civil. Mas a simples
possibilidade de
rever a Carta Magna não parece ser um fator decisivo para
tornar esse
debate tão atual. Talvez seja mais sensato admitir que,
nos últimos anos, e
isso não somente
no Brasil, mas
em boa parte
das sociedades
10 industrializadas, as fronteiras entre o público e o
privado se modificaram
de forma radical, transformando os velhos parâmetros, que
estabeleciam as
obrigações e limites do Estado, em peças arcaicas de uma
época que não
conhecia as novas relações econômicas, nem as novas
formas de
organização
nas sociedades pós-industriais. Seja
como for, podemos
15 situar nosso tema num terreno muito mais vasto do que nossa
permanente crise conjuntural, e, por isso mesmo,
atribuir-lhe um significado
muito maior do que devemos dispensar às eternas confusões
de nossas
despreparadas classes dirigentes.
(Newton Bignotto, Cadernos da Escola do Legislativo, n°
2, julho. dez. 1994, B. Horizonte, MG,
1994)
643) No título, os vocábulos público e privado se opõem:
a) sintática e semanticamente
b) morfológica e sintaticamente
c) fonética e morfologicamente
d) semanticamente
e) sintaticamente
644) Os vocábulos público e privado tiveram sua classe morfossintática
original modificada em função da:
a) presença do artigo definido
b) ausência dos substantivos determinados
c) necessidade de dar-lhes outro valor semântico
d) utilização da presença da preposição de
e) ausência de advérbios determinantes
645) O primeiro período do texto acrescenta em relação ao
título uma:
a) retificação do significado dos termos empregados
b) especificação do termo de discussão
c) ampliação do termo de discussão
d) oposição ao textualmente esperado
e) justificativa da escolha temática do texto
646) Podemos, é
claro, atribuir esse interesse à perspectiva,... A utilização
textual do termo sublinhado indica:
a) a necessidade de explicar algo
b) o reconhecimento de uma evidência
c) a obrigação de referir-se a tema bastante conhecido
d) uma condição de tratamento do tema
e) o objetivo de dar ênfase a determinado termo
647) Em que item a seguir não ocorre uma localização
temporal do texto em relação ao momento de sua produção e leitura?
a) ...ocupou um lugar quase inusitado nos debates da
atualidade.
b) ...atribuir essa perspectiva, agora frustrada, de
revisão da Carta
c) ...não parece ser um fator decisivo para tornar esse
debate tão atual.
d) Talvez seja mais sensato admitir que, nos últimos
anos,...;
e) Seja como for, podemos situar nosso tema num terreno
muito mais vasto...
648) Podemos, é claro, atribuir esse interesse à
perspectiva, agora frustrada, de revisão da Carta Constitucional... Esse
argumento textual:
a) aparece como elemento central da argumentação textual.
b) é simplesmente um argumento que vai ser descartado.
c) mostra a idéia do autor contrária à opinião pública.
d) indica um terreno vasto de nossa crise conjuntural.
e) denuncia os políticos como responsáveis por nossa
crise permanente.
649) ...que
implicaria a possibilidade de redefinição do papel do Estado, e,
conseqüentemente, do que se convencionou chamar de sociedade civil. O uso de conseqüentemente
indica que:
a) há mais de uma conseqüência da revisão da Carta Magna
b) a redefinição de sociedade civil está ligada à do
Estado.
c) sociedade civil e Estado são elementos distintos.
d) a redefinição de sociedade civil implica a redefinição
de Estado.
e) a redefinição de Estado cria a sociedade civil.
650) Talvez seja
mais sensato admitir que, nos últimos anos, e isso não somente no Brasil, mas
em boa parte das sociedades
industrializadas, as fronteiras entre o público e o privado se
modificaram de maneira radical,... Assinale o comentário correto sobre a frase
destacada:
a) o autor apresenta sua opinião de forma peremptória.
b) o texto coloca o Brasil entre as sociedades
industrializadas.
c) o autor afirma que há outras opiniões mais sensatas
sobre o tema.
d) o texto indica a diferença entre o Brasil e as
sociedades industrializadas.
e) no Brasil, as modificações não se processaram de forma
radical.
651)
...transformando os velhos parâmetros... O termo destacado na frase do
texto não tem como significação adequada:
a) regulamentos
b) princípios
c) modelos
d) peças
e) leis
652) As críticas presentes no texto se dirigem
claramente:
a) aos jornalistas
b) aos empresários
c) ao povo brasileiro
d) aos dirigentes do país
e) aos intelectuais
TEXTO XC
HISTÓRIA DE BEM-TE-VIS
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo,
muita gente
pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico; e
outros até acham
que seja apenas antigüidade de museu. Certamente,
chegaremos lá... mas,
por
enquanto, ainda existem
bairros afortunados, onde
haja uma
5 casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma
árvore. Bom
será que essa árvore seja a mangueira: pois nesse vasto
palácio verde
podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas encantaram-se com canindés e araras,
tuins e
sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor
finíssima...”
10 Nós esquecemos
tudo: quando um poeta menciona um pássaro, o
leitor pensa que é literatura...
Pois há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que está para
acabar. E é pena, pois, com esse nome que tem, e que é a
sua própria voz,
devia estar em todas as repartições públicas (e em muitos
outros lugares),
15 numa elegante gaiola, para no momento oportuno
anunciar a sua
presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma
tão inocente e
agradável que ninguém, decerto, se aborreceria.
Mas o que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi
são as
mudanças que começo a
observar na sua
voz. O ano
passado, aqui
20 nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu
um bem-te-vi
caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as
três sílabas
tradicionais do seu nome. Limitava-se a gritar: “... te
vi!... te vi!...” com a
maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas
gerações
andam muito rebeldes
e novidadeiras, achei
natural que também os
25 passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo
humano.
Mas logo a seguir, o mesmo passarinho - o seu filho, ou
seu irmão,
como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira?
animou-se a
uma audácia maior. Não quis saber das duas sílabas, e
gritava apenas,
daqui, dali, invisível
e brincalhão: “... Vi! ...vi!
...vi!...” - o que me
30 pareceu ainda mais divertido.
O tempo passou. O bem-te-vi deve ter viajado; talvez seja
cosmonauta, talvez tenha voado com o seu time de
futebol... Afinal tudo
pode acontecer com bem-te-vis tão progressistas, que
rompem com o
canto da família e mudam os lemas dos seus brasões.
Talvez tenha sido
35 atacado por esses crioulos fortes que agora saem do
mato de repente e
disparam sem razão nenhuma contra o primeiro vivente que
encontram.
Mas hoje tornei a ouvir um bem-te-vi cantar. E cantava
assim: “Bem-
bembem-...-te-vi!” Pensei: “É uma nova escola poética que
se eleva das
mangueiras!...” Depois o passarinho mudou. E fez:
“Bem-te-te-te-...-vi!”
40 Tornei a
refletir: “Deve ser pequenino e estuda a sua cartilha...” E o
passarinho: “Bem-bem-bem-te-te-te-vi-vi-vi...!”
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu
jamais tinha ouvido coisa igual. Mas as crianças, que
sabem mais do que
eu, e vão diretas aos
assuntos, ouviram, pensaram,
e disseram: “Que
45 engraçado! Um bem-te-vi gago!” Então, talvez seja mesmo só
gagueira... (Cecília Meireles, Quadrante 2, Rio de
Janeiro, 1963, com adaptações)
653) De acordo com a crônica, assinale a opção incorreta.
a) Os jovens andam contagiados por um novo estilo de
vida.
b) Há uma tendência de que as pessoas esqueçam as coisas
do passado.
c) Nas grandes cidades, só se vê passarinho no jardim
zoológico e nos museus.
d) Os cronistas antigos ficavam admirados com a grande
quantidade de pássaros existentes.
e) A autora insinua que o bem-te-vi deveria estar nas
repartições públicas como
sinal de alerta.
654) Assinale a opção correta.
a) O cenário geral apresentado na crônica é uma pequena
cidade do interior.
b) A mangueira é comparada a um “palácio verde” (linha 6)
pela sua dimensão e pela cor de sua folhagem; nesse “palácio” podem se abrigar
muitos passarinhos.
c) Os funcionários públicos ficariam contrariados, caso
aparecesse um bem-te-vi na repartição.
d) A razão que leva a autora a acreditar que o bem-te-vi
sumiu é o fato de ele ter parado de cantar na mangueira.
e) Está claro no texto que, na casa da autora, existiam
muitas mangueiras.
655) Nos três últimos parágrafos, a autora fala de dois
bem-te-vis diferentes. Assinale a opção que corresponde ao sentido contido
nesses parágrafos.
a) A autora crê que os ornitólogos não sabem explicar ao
certo o que aconteceu com o bem-te-vi.
b) A autora concorda plenamente com as crianças acerca da
gagueira do bem-te-vi.
c) A autora tem certeza de que o primeiro bem-te-vi
migrou para outra região.
d) O segundo bem-te-vi é experiente e bom cantador.
e) O segundo bem-te-vi modifica seu jeito de cantar.
656) Era “achei natural que também os passarinhos
estivessem contagiados pelo novo estilo humano” (linha 24/25), a expressão
destacada corresponde semanticamente a:
a) pela modernidade
b) pela tradição
c) pela antigüidade
d) pela mudança
e) pela literatura
657)A locução verbal, formada por um verbo auxiliar e uma
forma nominal, expressa os diversos aspectos do desenvolvimento da ação verbal.
Assinale a opção em que a locução não corresponde ao aspecto verbal indicado.
a) “Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo” (linha 1) / ação progressiva
b) “Creio que está para acabar” (linhas 12 e 13) / ação
iminente
c) “tudo pode acontecer” (linha 32/33) / ação possível
d) “Mas hoje tornei a ouvir” (linha 37) / ação iterativa
e) “O bem-te-vi deve ter viajado” (linha 31) / ação
obrigatória
658) Em “Limitava-se a gritar:’... te vi!... te vi!...’
com a maior irreverência gramatical.” (linha 22/23), a autora refere-se
a) ao uso da linguagem coloquial
b) ao uso indevido da pontuação
c) à colocação do pronome em próclise
d) à colocação do pronome em ênclise
e) à articulação incorreta do bem-te-vi
TEXTO XCI
HOMEM NO MAR
De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar.
Não há ninguém na praia, que resplende ao sol. O vento é nordeste, e vai
tangendo, aqui e ali, no belo azul das águas, pequenas espumas que marcham
alguns segundos e morrem, como bichos alegres e humildes; perto da terra a onda
é verde. Mas percebo um movimento em um ponto do mar; é um homem nadando. Ele
nada a uma certa distância da praia, em braçadas pausadas e fortes; nada a
favor das águas e do vento, e as pequenas espumas que nascem e somem parecem ir
mais depressa do que ele. Justo: espumas são leves, não são feitas de nada,
toda sua substância é água e vento e luz, e o homem tem sua carne, seus ossos,
seu coração, todo seu corpo a transportar na água. Ele usa os músculos com uma
calma enérgica; avança. Certamente não suspeita de que um desconhecido o vê, e
o admira porque ele está nadando na praia deserta. Não sei de onde vem essa admiração, mas encontro nesse homem
uma nobreza calma, sinto-me solidário com ele, acompanho o seu esforço
solitário como se ele estivesse cumprindo uma velha missão. Já nadou em minha
presença uns trezentos metros; antes não sei; duas vezes o perdi de vista,
quando ele passou atrás das árvores, mas esperei com toda confiança que
reaparecesse sua cabeça, e o movimento alternado de seus braços. Mais uns
cinqüenta metros, e o perderei de vista, pois um telhado o esconderá. Que ele
nade bem esses 50 ou 60 metros; isto me parece importante; é preciso que
conserve a mesma batida de sua braçada, e que eu o veja desaparecer assim como
o vi aparecer, no mesmo rumo, no mesmo ritmo, forte, lento, sereno. Será
perfeito; a imagem desse homem me faz bem. É apenas a imagem de um homem, e eu
não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem os traços de sua cara. Estou
solidário com ele, e espero que ele esteja comigo. Que ele atinja o telhado vermelho, e então eu
poderei sair da varanda tranqüilo, pensando - “vi um homem sozinho, nadando no
mar; quando o vi ele já estava nadando; acompanhei-o com atenção durante todo o
tempo, e testemunho que ele nadou sempre com firmeza e correção; esperei que
ele atingisse um telhado vermelho, e ele o atingiu”. Agora não sou mais
responsável por ele; cumpri o meu dever, e ele cumpriu o seu. Admiro-o. Não
consigo saber em que reside, para mim, a grandeza de sua tarefa; ele não estava
fazendo nenhum gesto a favor de alguém nem construindo algo de útil; mas
certamente fazia uma coisa bela, e a fazia de um modo puro e viril.
Não desço para ir esperá-lo na praia e lhe apertar a mão; mas dou meu silencioso apoio, minha
atenção e minha estima a esse desconhecido, a esse nobre animal, a esse homem,
a esse correto irmão. (Rubem Braga)
659) As ondas são várias vezes comparadas a bichos. Na
visão do autor, o que as “animaliza” é:
a) a imagem entrecortada por árvores e telhados
b) a distância em que ele se encontra do mar
c) o vento que as empurra para a areia
d) o movimento do homem que nada
660) Para o autor, as ondas são classificadas como
humildes porque:
a) são vistas de longe pelo autor.
b) ficam pequenas frente à grandeza do mar.
c) parecem subjugadas pelo vento nordeste.
d) obedecem à ordem para estourar na praia.
661) O autor, durante o texto, se transforma de
espectador em químico e juiz. Esta mudança se dá, respectivamente, em:
a) ... “está nadando na praia deserta”... / ... “quando
ele passou atrás das árvores”... / ... “a esse homem, a esse correto irmão”
b) ... “nade bem esses 50 ou 60 metros”... /... “a imagem desse homem me faz bem”... / ... “e o
perderei de vista”
c) ... “é um homem nadando” / “toda sua substância é água
e vento e luz”... / ... “mas dou meu silencioso apoio”...
d) ... “nada a favor das águas” ... / ... “minha atenção
e minha estima” ... / ... “um homem sozinho no mar”
662) “Ele usa os músculos com uma calma enérgica;...” Na
afirmação do autor, há uma:
a) contradição, pois o adjetivo anula o sentido do
substantivo
b) complementação, feita pelo autor, dele com o nadador
c) coerência de idéias, já que se trata de músculos
d) integração do homem com o mar
663) A admiração do autor pelo homem que nadava não está
justificada em:
a) fazia uma coisa esteticamente perfeita.
b) lutava para ser mais forte que o mar.
c) mostrava virilidade em seus gestos.
d) havia grandeza na sua tarefa.
664) “Estou solidário com ele.” Segundo seu emprego, no
texto, a palavra sublinhada é antônimo de:
a) indolente
b) preocupado
c) atormentado
d) descompromissado
665) A narrativa do texto nos é dada através de uma
percepção que é:
a) táctil
b) visual
c) auditiva
d) sensitiva
TEXTO XCII
As condições em que vivem os presos, em nossos cárceres
superlotados, deveriam assustar todos os que planejam se tornar delinqüentes.
Mas a criminalidade só vem aumentando, causando medo e perplexidade na
população. Muitas vozes têm se levantado em favor do endurecimento das penas,
da manutenção das penas, da manutenção ou ampliação da Lei dos Crimes
Hediondos, da defesa da sociedade contra o crime, enfim, do que se convencionou
chamar “doutrina da lei e da ordem”, apostando em tais caminhos como forma de dissuadir
novas práticas criminosas. Geralmente valem-se de argumentos retóricos e
emocionais, raramente escorados em dados de realidade ou em estudos que apontem
ser esse o melhor caminho a seguir. Embora sedutora e aparentemente sintonizada
com o sentimento geral de indignação, tal corrente aponta para o caminho
errado, para o retorno ao direito penal vingativo e irracional, tão combatido
pelo iluminismo jurídico. O coro dessas vozes aumenta exatamente quando o
governo acaba de encaminhar ao Congresso o anteprojeto do Código Penal,
elaborado por renomados juristas, com participação da sociedade organizada, com
o objetivo de racionalizar as penas, reservando a privação da liberdade somente
aos que cometerem crimes mais graves e, mesmo para esses, tendo sempre em vista
mecanismos de reintegração social. Destaca-se o emprego das penas alternativas,
como a prestação de serviços à comunidade, a compensação por danos causados, a
restrição de direitos etc. Contra a idéia de que o bandido é um facínora que
optou por atacar a sociedade, prevalece a noção de que são as vergonhosas
condições sociais e econômicas do Brasil que geram a criminalidade; enquanto
essas não mudarem, não há mágica: os crimes vão continuar aumentando, a despeito do maior rigor nas penas ou da multiplicação
de presídios. (Adaptado de Carlos Weis. “Dos delitos e das penas”. Folha de São
Paulo, Tendências e debates, 11/11 /2000)
666) O autor do texto mostra-se:
a) identificado com o coro das vozes que se levantam em
favor da aplicação de
penas mais rigorosas
b) identificado com doutrina que se convencionou chamar
“da lei e da ordem”
c) contrário àqueles que encontram nas causas sociais e
econômicas a razão maior
das práticas criminosas
d) contrário à corrente dos que defendem, entre outras
medidas, a ampliação da
Lei dos Crimes Hediondos
e) contrário àqueles que defendem o emprego das penas
alternativas em
substituição à privação da liberdade
667) Considere as seguintes afirmações:
I. Não é mais do que uma simples coincidência o fato de
que a intensificação das vozes favoráveis ao endurecimento das penas ocorre
simultaneamente ao envio ao Congresso do anteprojeto do Código Penal.
II. A afirmação de que há vozes em favor da manutenção da
Lei dos Crimes Hediondos deixa implícito que a vigência futura dessa lei está
ameaçada.
III Estabelece-se uma franca oposição entre os que
defendem a “doutrina da lei e da ordem” e os que julgam ser o bandido um
facínora que age por opção.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma
em
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
668) Está corretamente traduzido o sentido de uma
expressão do texto, considerando-se o contexto, em:
a) Embora sedutora e aparentemente sintonizada = Malgrado
atrativa e parcialmente sincronizada
b) forma de dissuadir = modo de ratificar
c) tão combatido pelo iluminismo jurídico = de tal modo restringido pelo irracionalismo jurídico
d) a despeito do maior rigor nas penas = em conformidade
com o agravamento das punições
e) mecanismos de reintegração social = meios para
reinserção na sociedade
669) Por “iluminismo jurídico” deve-se entender a
a) doutrina jurídica que defende o caráter vindicativo da
legislação
b) corrente dos juristas que representam a “doutrina da
lei e da ordem”
c) tradição jurídica assentada em fundamentos criteriosos
e racionalistas
d) doutrina jurídica que se vale de uma argumentação
retórica
e) corrente dos juristas que se identificam com o
sentimento geral de indignação
TEXTO XCIII
AIDS: PAÍS PLANEJA TESE DE VACINA EM MASSA
Já começaram os preparativos para realizar no Brasil
testes em larga
escala de uma vacina experimental contra a Aids. Com
financiamento de
US$ 1,8 milhão do Governo americano, o laboratório de pesquisa em
Aids do Hospital
Clementino Fraga Filho
(URFJ) inicia em
5 abril a seleção de mil pessoas para determinar a
incidência do HIV em
homossexuais e bissexuais de 18 a 35 anos, nos próximos
três anos, e
avaliar um esquema viável de recrutamento de voluntários
para testar
uma vacina em milhares de brasileiros.
Recentemente,
nos Estados Unidos,
uma vacina experimental
10 atingiu as condições exigidas para ser testada em larga escala, mas
não havia infra-estrutura para recrutar os cerca de 20
mil voluntários
necessários. Com esse projeto, queremos criar essa infra-estrutura no
Brasil antes que se desenvolva um produto eficaz - explicou Mauro
Schechter, chefe do laboratório.
15 Os
voluntários serão recrutados entre os indivíduos que procuram os
Centros de Testagem Anônima (CTA) do Hospital São
Francisco de
Assis (UFRJ), do Hospital Rocha Maia e de Madureira (a
ser
inaugurado). Os dois primeiros fazem entre 700 e mil
testes de Aids por
mês. Em 15% do total, aproximadamente, o resultado é
positivo. Todos
20 os indivíduos do grupo estudado que fizerem testes de
HIV nos CTAs
serão informados sobre o programa e como podem
participar.
- Comparando a quantidade de pessoas atendidas nesses
centros
com o número das que se interessarem em participar de um
teste em larga
escala,
avaliaremos se a
população a que
se tem acesso
é de
25 tamanho suficiente para o teste - disse.
Para determinar a incidência da infecção pelo vírus da
Aids na
amostra selecionada, serão feitos, a cada seis meses,
exames laboratoriais
para detectar a presença do HIV e de outros vírus
causadores de doenças
sexualmente
transmissíveis no sangue dos voluntários. Com o mesmo
30 intervalo de tempo, essas pessoas deverão responder a
questionários
sobre seu comportamento com relação à Aids.
- O objetivo é saber quais são os fatores biológicos e
comportamentais que predispõem à infecção - informou
Schechter.
Os
voluntários terão dois
médicos à disposição
para
35 esclarecimento de dúvidas sobre Aids e doenças
sexualmente
transmissíveis. Além disso, poderão participar de
oficinas sobre práticas
de sexo seguro e receberão preservativos para evitarem a
contaminação
pelo vírus.
No mês passado,
a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz)
40 iniciou, em
conjunto com a Secretaria de Saúde do Estado de São
Paulo e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um
projeto
semelhante de verificação de incidência do HIV em
homossexuais e
bissexuais entre 18 e 50 anos. Somente no Rio serão
acompanhados 500
indivíduos durante um ano.
45 O projeto,
que será estendido a mulheres e crianças, tem o apoio da
Organização Mundial de Saúde (OMS) e pretende fornecer
dados
estatísticos sobre a propagação da Aids no país. Os
resultados ajudarão a
calcular em que amostra da população deverão ser
realizados os testes e
uma vacina anti-HIV em massa.
(O Globo, 15/01 //95, p. 36)
670) O texto só não faz menção ao seguinte assunto:
a) esclarecimentos sobre doenças venéreas
b) estudo sobre o comportamento humano em relação à Aids
c) recrutamento de voluntários para uma vacina
experimental
d) verificação da incidência da Aids nos chamados “grupos
de risco”
e) o papel da Organização Mundial de Saúde no combate à
Aids
671) Dentre as afirmativas abaixo, a que não se encontra
no texto é:
a) Já há no Brasil um projeto que visa verificar a incidência do HIV em determinada faixa da
população.
b) Os questionários sobre comportamento poderão abrir
caminho para uma nova droga contra a Aids.
c) Os testes em larga escala de uma vacina contra a Aids
estão condicionados a um esquema eficaz de recrutamento de voluntários.
d) Os Centros de Testagem Anônima informarão aos
interessados como poderão participar do teste de uma vacina contra a Aids.
e) A seleção das pessoas para a pesquisa do Hospital
Clementino Fraga também servirá para que se avalie a aplicação dos testes de
uma vacina em milhares de voluntários.
672) Segundo o texto, o convênio firmado entre a Fundação
Oswaldo Cruz, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e a Universidade
Federal de Minas Gerais visa atingir o seguinte objetivo:
a) Dar condições às demais instituições brasileiras para
aplicar em voluntários os testes de uma vacina experimental contra a Aids.
b) Preparar a infra-estrutura necessária para a aplicação
da vacina experimental contra a Aids.
c) Levantar os fatores biológicos e comportamentais que
predispõem o homem à infecção.
d) Estender a mulheres e crianças o teste de uma vacina
experimental contra a Aids.
e) Verificar a incidência da Aids em um grupo de pessoas
com características predeterminadas.
673) Segundo o texto, a distribuição de preservativos tem
o seguinte objetivo:
a) Incentivar a prática do sexo seguro.
b) Preservar a contaminação dos voluntários.
c) Evitar a proliferação do vírus nos voluntários.
d) Preparar os voluntários para as oficinas sobre prática
do sexo seguro.
e) Resguardar os voluntários de dúvidas quanto às doenças
sexualmente transmissíveis.
674) Quanto ao teste a ser aplicado no Brasil, o texto
afirma que:
a) sua aplicação está condicionada à criação de oficinas
sobre práticas de sexo seguro.
b) serão feitos exames mensais para detectar a presença
do HIV no sangue dos voluntários.
c) os voluntários serão escolhidos entre aqueles que
procuram os Centros de Testagem Anônima.
d) seu objetivo é elaborar um questionário eficiente para
levantar o perfil comportamental dos voluntários.
e) serão convocados dois médicos para esclarecer aos
voluntários a melhor maneira de responder ao questionário sobre comportamento sexual.
675) A Organização Mundial de Saúde ofereceu apoio ao projeto de que participa a seguinte
instituição:
a) Hospital Rocha Maia
b) Hospital São Francisco de Assis
c) Hospital Clementino Fraga Filho
d) Universidade Federal de Minas Gerais
e) Centro de Testagem Anônima de Madureira
676) Segundo o texto, a vacina experimental
norte-americana não foi testada devido ao seguinte fato:
a) Não houve possibilidade de recrutamento dos
voluntários necessários.
b) A eficácia da vacina só poderá ser avaliada nos próximos
três anos.
c) havia necessidade de se desenvolver um produto mais
eficaz antes de levar adiante a experiência.
d) O financiamento de US$ 1,8 milhão foi concedido a uma
instituição brasileira, o Hospital Clementino Fraga Filho.
e) Como os testes só poderiam ser aplicados em mais de
mil pessoas, não havia infra-estrutura para tal empreendimento.
677) O texto informa que será possível saber se o número
de pessoas disponíveis para o teste da vacina experimental é suficiente em
função dos seguintes dados:
a) O número de pessoas atendidas nos Centros de Testagem
Anônima e o número de pessoas interessadas em um teste de grandes proporções.
b) O percentual de homossexuais e bissexuais que será
pesquisado, somado ao número de pessoas interessadas em vacinas experimentais.
c) O número de indivíduos excluídos dos Centros de Testagem Anônima e o percentual de pessoas
dispostas a participar de um teste em larga escala.
d) O percentual de indivíduos sadios que procuram os
Centros de Testagem Anônima e o número de indivíduos que podem participar de
testes em larga escala.
e) O número de pessoas infectadas que procuram os Centros
de Testagem Anônima e o percentual de pessoas não-infectadas que se interessam
pela pesquisa.
678) O texto informa que uma pesquisa acerca da
incidência do HIV, a ser desenvolvida nos próximos três anos, será aplicada em:
a) mulheres e crianças
b) cerca de 20 mil voluntários
c) homossexuais entre 18 e 50 anos
d) homossexuais e bissexuais de 18 a 35 anos
e) voluntários que procuram os Centros de Testagem
Anônima
679) O texto vincula a participação da Organização
Mundial de Saúde em um projeto desenvolvido por entidades brasileiras na forma
de um:
a) auxílio logístico
b) apoio institucional
c) incentivo pecuniário
d) amparo organizacional
e) assessoramento operacional
TEXTO XCIV
CONSUMIR NÃO É PECADO
A maneira como o consumo é visto no Brasil explica um
bocado de coisas Muita gente no Brasil vê o consumismo como um gesto um pouco
nobre. Atribuem-se à sua lógica coisas como a depauperação dos valores e o
acirramento de desigualdades sociais. Essa postura está refletida já em nosso léxico. O verbo “consumir”, segundo o
Aurélio, 5 significa: “1.
Gastar ou corroer até a destruição; devorar, destruir,
extinguir [...] 2. Gastar, aniquilar, anular [...] 3.
Enfraquecer, abater [...] 4.
Desgostar, afligir, modificar [...] 5. Fazer esquecer,
apagar [...] 6. Gastar,
esgotar [...]”. Os sentidos são negativos; as condições,
pejorativas. Não há
uma única referência à idéia de comprar ou adquirir.
Muito menos uma
10 associação com o ato de satisfazer uma necessidade ou
saciar um desejo.
Um marciano de boa índole, que tivesse chegado à Terra
pelo Brasil e
estivesse estudando a humanidade munido da língua
portuguesa, certamente
anotaria na agenda que “consumir” é uma das coisas ruins
que se fazem por
aqui. (...)
15 Por que,
enfim, tantas reservas em relação ao consumo?
O primeiro foco de explicação para essa antipatia reside
no fato de que
nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A
falta de um
leque efetivo de
opções de compra tem deixado os
consumidores à mercê dos produtores no Brasil.
Não por acaso, os
20 apologistas do consumo entre nós têm sido basicamente
aqueles que
podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento
das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida
em situação
vulnerável, ignora os benefícios de uma economia baseada
no consumo.
Mais do que isso, o entrincheiramento de consumidores no
mercado
25 doméstico fez, ao longo dos anos, com que a própria
imagem do
cliente se deturpasse no país. No capitalismo avançado, a
oferta corre
atrás da demanda - o vendedor lisonjeia o comprador, trata-o
bem,
estende à sua frente o tapete vermelho.
No Brasil, ao
contrário, os clientes
servem às empresas
30 documente. É como se o capital no país, ao produzir e
vender, fizesse
um favor aos consumidores. Quem tem chiliques para ter
seus caprichos,
desejos e necessidades atendidos por aqui são os
produtores, e não os
clientes - um disparate. (...)
Só se pode
falar efetivamente em sociedade de
consumo se a
35 competição entre os produtores for aberta, aguda e
justa. Essa é a
alavanca que coloca o consumidor no camarote, no centro e
acima da
arena econômica. (...)
A segunda explicação para as travas brasileiras em relação ao
consumo está no fato de que ele, enquanto acesso a
benesses materiais,
40 sempre foi privilégio de poucos no país. Outra vez a
estrutura social
fendida em dois extremos, que arquitetamos no passado,
azucrina nosso
presente e atravanca nosso futuro. Com um detalhe: o
aparecimento de
hábitos de consumo avançados nos últimos anos, na porção
abastada da
sociedade brasileira, acarretou um aumento das tensões
em relação à
45 porção destituída. (...)
Para responder a esse segundo foco de crítica, é
necessário perceber
que uma sociedade de consumo não funciona se não se fizer
extensiva a
todos os indivíduos. O acesso ao consumo é um direito
individual sine
qua non em uma economia desenvolvida. (...)
50 Ao transformar
o sertanejo, o peão, o matuto em
consumidores, o
consumo se revela um método extremamente eficaz para
integrar os
excluídos e estender a cidadania a todos os brasileiros.
Passando ao largo
de discursos grandiloqüentes e demagogias ocas, o advento
de uma
sociedade
de consumo no
Brasil funcionaria como
atalho
55 econômico para a solução de muitas de nossas mazelas.
(...)
(Adriano Silva-EXAME-3/12/97, adaptado)
680) Com a alusão às definições do verbo consumir, o
autor pretende:
a) demonstrar o cuidado com o significado no uso de
determinadas palavras.
b) enfatizar a idéia de consumismo como algo prejudicial
à sociedade.
c) esclarecer qualquer dúvida que o leitor possa ter
quanto à significação do termo.
d) explicar o comportamento preconceituoso de muita gente
quanto ao ato de consumir.
e) mostrar a incoerência entre o significado do termo e o
comportamento das pessoas.
681) Para o autor,
o consumismo se constitui na(o):
a) maneira mais fácil de manipular as massas
b) forma de exacerbar os desníveis sociais
c) estratégia que transforma o consumidor em cidadão
d) estímulo à depauperação de valores
e) hábito característico de países do terceiro mundo
682) O texto aponta como uma das razões para a idéia
deturpada de consumidor que há no país:
a) o entrincheiramento de consumidores no mercado
doméstico
b) o advento de uma sociedade de consumo
c) a sociedade de consumo extensiva a todos
d) a transformação do sertanejo, do peão e do matuto em
consumidores
e) discursos grandiloqüentes e demagogias ocas
683) Segundo o autor, existe uma tensão entre a classe
privilegiada e a classe
destituída. Essa tensão é causada por:
a) avanço cultural das classes abastadas
b) ignorância da porção destituída da sociedade
c) resistência da sociedade a uma economia desenvolvida
d) desigualdade de condições de acesso aos bens
e) travas brasileiras em relação ao consumo
684) A expressão “Não por acaso” (l. 19), ao iniciar o
período, indica:
a) justificativa
b) ênfase
c) indagação
d) concessão
e) finalidade
685) Em “...o vendedor
lisonjeia o comprador, trata-o bem, estende à sua frente o tapete vermelho.”
(l. 27/28); estende o tapete vermelho seria uma comparação dos compradores a:
a) consumidores desatentos
b) apologistas do consumo
c) produtores vulneráveis
d) visitantes ilustres
e) empresários eficientes
686) A atitude dos
produtores em relação aos consumidores e o fato de que só parte da sociedade
tem a prerrogativa do consumo são apresentados pelo autor como:
a) motivos da demanda da
parte vulnerável da população
b) conseqüências de uma
apologia ao consumismo
c) explicações para as
reservas em relação ao consumo
d) resultados da
transformação dos destituídos em cidadãos
e) soluções para o acesso
indiscriminado ao consumo
TEXTO XCV
MODERNIDADE É HUMANIDADE
Pensar qual o processo de
desenvolvimento que queremos é um dos
pontos fundamentais da Ação
pelo Emprego e o Desenvolvimento. Temos
uma massa de desempregados
de “quarto mundo” enquanto a classe
empresarial, ao pensar em emprego, pensa
5 em um mercado para país de
“primeiro mundo”. Quando pensamos em
emprego pensamos em
crescimento, em integração no processo produtivo?
O que passa exatamente pela
cabeça da sociedade e dos empresários que
convivem com a fantástica
situação dos países do primeiro mundo que têm
um PIB sensacional... e o
desemprego igual?
10 O grande desafio colocado hoje,
principalmente para a ciência e a
tecnologia, é: como podemos
pensar uma sociedade onde haja lugar,
espaço e ocupação para todos
os seus membros? Um processo capaz de
incorporar e não de excluir
e marginalizar, até porque não inventamos
ainda uma sociedade onde 5%
trabalham e 95% vivem de bolsa de estudo,
15 ou de bolsa de consumo.
Seria uma forma de distribuir a riqueza, dar
“vale cidadania” pra todo
mundo. O sujeito iria com o seu vale e teria
saúde, educação, bolsa de alimentação.
Sem dúvida, um quadro
formidável, mas totalmente
irreal.
O problema
imediato é pensar primeiro
o desenvolvimento
20 humano. É essa a grande
questão que desafia a ciência e, portanto, as
pesquisas e a tecnologia a
terem como principal parâmetro a sociedade. Na
verdade, estamos diante de
uma questão ética. A quem serve nosso
conhecimento? A quem serve a
economia? Para quem exatamente
pensamos o desenvolvimento?
Para darmos respostas a estes problemas,
25 fica impossível olhar pelo
retrovisor. É preciso pensar o futuro, em
como reinventar a sociedade,
isto é, as relações culturais e econômicas e as
relações de poder. Com essa
visão, a ciência e a tecnologia podem
perfeitamente questionar o
mundo atual e contribuir para criar um novo,
porque este,
definitivamente, não está dando certo.
30 O que é importante perceber é que estamos
hoje diante da consciência
de que o desenvolvimento
humano se constitui no grande desafio
moderno. Modernidade é
humanidade. E essa visão só é possível para
quem pensa a sociedade do
ponto de vista ético. (...)
Ironias à
parte, entendo que,
deste ponto de
vista, a
35 contribuição das
universidade e também do mundo empresarial, apesar
de sua visão imediatista e
muito ligada ao primeiro mundo, é da maior
importância, porque, quando
qualquer setor coloca como questão central a
estabilização da economia,
faz aterrissar no centro de nossa agenda um
problema, quando a questão
central é: como eliminar, num prazo digno, a
40 miséria, a indigência e a
fome? E é para isso que inteligências e
vontades têm que se dirigir.
Quando colocamos o emprego
como arma contra a miséria,
apontamos caminhos e saímos
Brasil afora cobrando essa resposta, porque
não temos mais tempo.
Estamos correndo contra o tempo,
contra
45 esta tragédia que se
estabeleceu no país. O Brasil não pode mais
aumentar a sua taxa de
indigência, sua massa de indigentes. Não falamos
mais de pobreza e sim de
indigência - o estado extremo da miséria.
A Ação da Cidadania contra a
Miséria e pela Vida e a Ação pelo
Emprego e o
Desenvolvimento existem,
crescem e ecoam hoje em
50 milhares de comitês, na
mais densa corrente de solidariedade já
construída nos últimos tempos,
porque - mesmo sabendo que está fazendo
o caminho da história pela
contramão - a sociedade brasileira
confia na
mudança. (HERBERT DE SOUZA -
Adaptado)
687) Pode-se depreender da
leitura do primeiro parágrafo que:
a) há, no país, uma massa de
desempregados de “quarto mundo” aguardando uma oportunidade de se incorporar à
classe empresarial.
b) há um descompasso entre
as expectativas dos empresários quanto ao mercado e o nível dos desempregados.
c) para o autor, é a massa
de desempregados de “quarto mundo” que fará subir o PIB nacional.
d) ao pensar em mercado de
primeiro mundo, a classe empresarial demonstra ignorar o problema do
desemprego.
e) a Ação pelo Emprego e o
Desenvolvimento foi criada para que pudesse haver a estabilização da moeda.
688) Em “Seria uma forma de
distribuir a riqueza, dar ’vale cidadania’ pra todo mundo”. (/. 15/16), a
expressão sublinhada reflete uma ironia do autor porque:
a) a cidadania não é
conquistada através de um vale.
b) a riqueza, num país,
distribui-se por meio de donativos.
c) a distribuição de vales
não admite a exclusão social.
d) as bolsas de consumo
propiciam as transformações sociais.
e) os subsídios desfazem a
desigualdade social.
689) No quarto parágrafo o
autor afirma: “Modernidade é humanidade. E essa visão só é possível para quem
pensa a sociedade do ponto de vista ético.” (/. 32-33). Assinale a opção que
NÃO confirma esta idéia.
a) Um país avança e se
desenvolve satisfatoriamente quando há a adequada integração da sociedade ao
processo produtivo.
b) Ciência e tecnologia
constituem fatores indispensáveis ao desenvolvimento, se tiverem como parâmetro
a sociedade.
c) O crescimento de um país
se dá à medida que há a prioridade para o desenvolvimento humano.
d) O emprego deve ser sempre
planejado em função do tipo de desenvolvimento que se quer para o país.
e) O crescimento de um país
mede-se pelo comportamento de primeiro mundo, demonstrado pela sociedade.
690) Em “...e também do mundo
empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao primeiro
mundo...” (l. 35-36), a parte sublinhada pode ser substituída, sem alteração de
sentido, por:
a) quanto à sua visão
imediatista
b) caso seja sua visão
imediatista
c) em razão da sua visão
imediatista
d) enquanto sua visão é
imediatista
e) ainda que considerando
sua visão imediatista
691) Leia atentamente a
afirmativa:
A exclusão social poderá ser
afastada pela. Analise os trechos abaixo, preenchendo os parênteses com (V) ou
(F), conforme completem a afirmativa dada de modo verdadeiro ou falso, segundo
o sentido geral do texto. A seqüência correta é:
( ) possibilidade de
ocupação para todos os membros da sociedade
( ) distribuição equânime da
riqueza
( ) alienação do indivíduo
do processo produtivo
( ) eliminação da taxa de
indigência
( ) volta aos processos de
desenvolvimento do passado
a) F-V-V-V-F
b) F-F-V-F-F
c) V-V-F-V-F
d) V-V-F-V-V
e) V-V-V-F-V
692) Os textos I e II
apresentam como preocupação comum o (a); (Para resolver esta questão, é
necessário voltar ao texto anterior, n° XCIV, pois ambos pertencem à
mesma prova.)
a) desenvolvimento da
tecnologia
b) questionamento da
modernidade
c) competição entre os
produtores
d) distância entre as
camadas sociais
e) distribuição de parcelas
do poder entre as classes
TEXTO XCVI
A LIBERDADE E O CONSUMO
Quantos morreram pela
liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de
dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos? No plano
intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e
Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant,
Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a
inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se
transformam em direitos do cidadão? Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da
filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias. Mas vivemos hoje
em uma sociedade em que a maioria já não
sofre agressões a essas liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista
desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi
atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo. O que é
percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o
que quer, vive sob o manto da lei (ainda
que capenga) e tem direito de mover-se livremente? O primeiro templo da
liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do
contracheque, são as prateleiras
abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas
décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora faltava manteiga, ora leite, ora
feijão). Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado.
Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou ícone da liberdade no Leste Europeu. A
segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta, o que conta
é a sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que direção
partir. Podemos até não ir a
lugar algum, mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo
permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse que a Vespa
e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália
ao comunismo. A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a
liberdade de
escolher os canais
(restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou
estar tão perto das notícias quanto um presidente da República - que nos
momentos dramáticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de
reis, heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em
apresentadores de TV. Uma “liberdade” recente é o telefone celular. É o
gostinho todo especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer
momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas pessoas, é uma
revolução no cotidiano e na profissão.
Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a
comunicação, por boba que seja. Há ainda uma última liberdade, mais nova, ainda
elitizada: a internet e o correio eletrônico. É um correio sem as
peripécias e demoras do carteiro, instantâneo,
sem remorsos pelo tamanho da mensagem
(que se dane o destinatário do nosso attachment megabáitico) e que está
a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua
cacofonia de
informações, excessivas e
desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia,
arte e empulhação. Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por
objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos
atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana.
Mas assim é a nossa natureza, só nos preocuparmos com o que não temos ou com o
que está ameaçado. Se há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência
de nossas liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as
outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação
do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o filósofo Joãosinho
Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas por não poder desfrutá-los.
(Cláudio de Moura Castro. Veja 1712,08/08/01)
693) O primeiro parágrafo do
texto apresenta:
a) uma série de perguntas
que são respondidas no desenrolar do texto
b) uma estrutura que procura
destacar os itens básicos do tema discutido no texto
c) um questionamento que
pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas
d) um conjunto de perguntas
retóricas, ou seja, que não necessitam de respostas
e) umas questões que
pretendem realçar o valor histórico de alguns heróis nacionais
694) Nos itens abaixo, o
emprego da conjunção OU (em maiúsculas) só tem nítido valor alternativo em:
a) “Quantos foram presos OU
espancados pela liberdade de dizer o que pensam?”
b) “A segunda liberdade
moderna é o transporte próprio, BMW OU bicicleta...”
c) “...de ver um programa
imbecil ou um jogo, OU estar tão perto das notícias...”
d) “...só nos preocupamos
com o que não temos OU com o que está ameaçado.”
e) “É estar próximo de reis,
heróis, criminosos, superatletas OU cafajestes...”
695) O item abaixo que
indica corretamente o significado da palavra em maiúsculas no texto é:
a) “...mas não foram as
únicas a GALVANIZAR controvérsias.” discutir
b) “...comer uma banana
virou um ÍCONE da liberdade no Leste europeu.” - fantasia
c) “...consomem-se filosofia
e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; - grosseria
d) “...cafajestes METAMORFOSEADOS
em apresentadores de TV.” desfigurados
e) “...que a distância não
mais CERCEIA a comunicação...” – impede
696) “Como conciliar a
liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado?”; nesse segmento do
texto, o articulista afirma que:
a) o Estado age
obrigatoriamente contra a liberdade
b) é impossível haver
liberdade e governo ditatorial
c) ainda não se chegou a
unir os cidadãos e o governo
d) cidadãos e governo devem
trabalhar juntos pela liberdade
e) o Estado é o responsável
pela liberdade da população
697) “O primeiro templo da
liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições
do contracheque, são as prateleiras
abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo...”; o segmento sublinhado corresponde
semanticamente a:
a) as despesas do
supermercado são muito pesadas no orçamento doméstico.
b) os salários não permitem
que se compre tudo o que se deseja.
c) as limitações de crédito
impedem que se compre o necessário.
d) a inflação prejudica o
acesso da população aos bens de consumo.
e) a satisfação de comprar
só é permitida após o recebimento do salário.
698) “Não houve ideal
comunista que resistisse às tentações do supermercado”; com esse segmento do
texto o autor quer dizer que:
a) todo ideal comunista se
opõe aos ideais capitalistas.
b) a ideologia comunista
sofre pressões por parte dos consumidores.
c) os supermercados
socialistas são menos variados que os do mundo capitalista.
d) o ideal comunista ainda
resiste à procura desenfreada por bens de consumo.
e) as tentações do
supermercado abalaram as estruturas capitalistas.
699) “É a liberdade de
escolher os canais (restritos em países totalitários)....”; o segmento
sublinhado significa que:
a) nos países totalitários a
censura impede o acesso à programação capitalista.
b) o número de canais
disponíveis é bem menor do que nos países não-totalitários.
c) a televisão, nos países
totalitários, é bem de que só poucos dispõem.
d) nos países totalitários
todos os canais são do sistema de TV a cabo.
e) nos países totalitários,
a TV não sofre censura governamental.
700) “...consomem-se
filosofia e pornografia, arte e
empulhação”; a forma abaixo que modifica o sentido desse segmento do texto é:
a) filosofia e pornografia,
arte e empulhação são consumidas.
b) consomem-se não só
filosofia e pornografia, como também arte e empulhação.
c) consome-se filosofia e
pornografia, arte e empulhação.
d) consomem-se filosofia,
pornografia, arte e empulhação.
e) filosofia e pornografia
são consumidas como arte e empulhação.
701) “Essas questões puseram
em choque os melhores neurônios da
filosofia...”; esse segmento significa que:
a) os maiores filósofos se
opuseram nas discussões sobre liberdade.
b) a liberdade e o consumo
sempre foi motivo de discussão entre filósofos.
c) as questões citadas foram
motivo de muitas preocupações filosóficas.
d) os filósofos brigaram
entre si por causa da liberdade de consumo.
e) as perguntas sobre
liberdade foram respondidas pelos melhores filósofos.
702) O item em que NÃO está
presente uma crítica do jornalista é:
a) “Foi atraído
(corrompido?) pelas tentações da sociedade de
consumo.”
b) “...vive sob o manto da
lei (ainda que capenga)...”
c) “...de ver um programa
imbecil ou um jogo,...”
d) “...consomem-se filosofia
e pornografia, arte e empulhação.”
e) “O primeiro templo da
sociedade burguesa é o supermercado...”
703) “O que é percebido como
liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive
sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem o direito de mover-se livremente?”; segundo o texto, a resposta abaixo que é
INADEQUADA é:
a) a liberdade de consumo
b) a liberdade de movimento
c) a liberdade de
comunicação
d) a liberdade política
e) a liberdade religiosa
704) O item em que o autor
do texto NÃO faz crítica direta ou indireta aos regimes não-democráticos é:
a) “Não houve ideal
comunista que resistisse às tentações do supermercado.”
b) “Logo depois da queda do
Muro de Berlim, comer uma banana virou um ícone da liberdade no Leste Europeu.”
c) “Alguém já disse que a Vespa
e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália
ao comunismo.”
d) “Como conciliar a
liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades
essenciais se transformam em direitos do cidadão?”
e) “É a liberdade de
escolher os canais (restritos em países totalitários), ...”
705) “Mas, infelizmente,
deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos.”; o
comentário adequado a esse segmento do texto é:
a) “infelizmente” revela uma
opinião do jornalista sobre o enunciado
no segmento do texto.
b) o consumismo é visto como
fonte de alienação.
c) muitos desejam ser
consumistas, mas não podem sê-lo.
d) o consumismo é também
produtor de prazer para muitos.
e) os “muitos” a que se
refere o texto são os que vivem em regimes não-capitalistas.
TEXTO XCVII
MELHOR QUALIDADE DE VIDA
O exemplo de Los Angeles,
onde grupos sociais se organizaram para
buscar soluções para seus
problemas, deve ser observado com atenção.
Formando, inclusive,
patrulhas civis para inibir a violência
urbana,
demonstraram o quanto a
participação de todos é vital. Sem uma mudança
5 radical de mentalidade
jamais construiremos uma convivência tranqüila
e segura. Cada um por si é o
caminho do suicídio. Contar apenas com o
governo, com a polícia, para
nossa proteção, é confiar demais na sorte.
Temos que assumir nossas
responsabilidades. Vizinhos, amigos, qualquer
um que cruze por nossa
calçada não pode ser encarado como um estranho.
10 Devem ser como parte de
nossas famílias. (Jornal da Semana - 18 de novembro de 1995)
706) Segundo o texto, a
melhor qualidade de vida depende:
a) da ação da polícia
b) da ação organizada do
governo
c) da ação integrada de toda
a comunidade
d) da formulação de patrulhas
civis
e) da ação individual
707) O autor cita o exemplo
de Los Angeles para:
a) demonstrar que nos
Estados Unidos tudo funciona melhor.
b) poder abordar problemas
semelhantes no Brasil.
c) indicar caminhos
equivocados na solução do problema da violência.
d) provar que só a
democracia pode consertar os erros sociais.
e) mostrar que os americanos
já resolveram os problemas que nos incomodam.
708) “...para buscar
soluções...” (l. 2); neste trecho, a preposição para indica:
a) causa
b) direção
c) comparação
d) concessão
e) finalidade
709) “...para seus
problemas...” (/. 2); o possessivo destacado tem como antecedente:
a) Los Angeles
b) grupos sociais
c) patrulhas civis
d) soluções
e) famílias
710) Quando o texto fala na
primeira pessoa do plural, se refere a:
a) todos os cidadãos
brasileiros
b) cidadãos que sofrem com a
violência
c) jornalista e seus
leitores
d) cariocas, em particular
e) cidadãos de Los Angeles e
do Rio de Janeiro
711) “Cada um por si é o
caminho do suicídio.” (l. 6). Nesta frase há uma condenação clara:
a) da violência
b) do individualismo
c) da sociedade
d) da polícia
e) das autoridades
TEXTO XCVIII
COMPADRISMO
O compadrismo é uma
autêntica instituição nacional, nascida dessa nossa tendência para a
aproximação e a camaradagem. Também a nossa política anda impregnada desses
mesmos sentimentos, que têm levado o Brasil à beira do abismo, porque o governo
tem de ser muito pessoal e individualista, cheio de vantagens e proteções, de
abraços e intimidades. (A. da Silva Mello)
712) Deduz-se da leitura do
texto que:
a) o compadrismo deve ser
abolido para que a política brasileira tenha atuação positiva.
b) o compadrismo é uma
instituição nacional que se limita à política.
c) os governos devem ser
pessoais e individualistas para que não se contaminem pelo compadrismo.
d) as vantagens e as
proteções governamentais são frutos da recusa do compadrismo em nossa política.
e) o compadrismo é uma
instituição americana e tem feito a desgraça política de muitas nações do
continente.
713) Ao dizer que o compadrismo é uma autêntica instituição
nacional, o autor não indica a que nação
se refere, mas os leitores sabem que ele se refere ao Brasil; esse conhecimento
deriva do fato de que:
a) o autor é brasileiro.
b) o texto foi produzido no
Brasil e para ser lido aqui.
c) a língua utilizada no
texto é a portuguesa.
d) só o Brasil possui o
compadrismo.
e) as informações do texto
se referem ao Brasil.
714) Ao dizer que o
compadrismo nasce da nossa tendência para a aproximação e a camaradagem, o
autor do texto comete um erro argumentativo, que é:
a) atribuir a um efeito a
posição de causa.
b) partir de uma inferência
para o seu raciocínio.
c) misturar método dedutivo
e indutivo.
d) formular inadequadamente
um silogismo.
e) partir do geral para o
particular.
715) O autor empregou a
palavra impregnada a fim de:
a) mostrar a enorme
participação do compadrismo em nossas decisões políticas.
b) indicar uma visão
negativa do compadrismo em nosso governo.
c) melhorar o nível de
linguagem empregada em texto destinado a leitores cultos.
d) demonstrar sua
preocupação com a clareza da linguagem utilizada.
e) contaminar o texto com a
linguagem médica, a fim de implicitamente dar a
conhecer a sua profissão.
716) “...porque o governo
tem de ser muito pessoal e individualista,...”; nesse
caso, o autor:
a) indica um caminho a ser
seguido pelos bons governos.
b) mostra como deveria ser a
realidade política nacional.
c) condena a ausência do
compadrismo na política.
d) mostra uma tendência
derivada do compadrismo.
e) elogia a atitude de um
governo democrático.
717) O texto I pode ser
classificado como:
a) narrativo
b) argumentativo
c) informativo
d) publicitário
e) descritivo
688) Em “Seria uma forma de
distribuir a riqueza, dar ’vale cidadania’ pra todo mundo”. (/. 15/16), a
expressão sublinhada reflete uma ironia do autor porque:
a) a cidadania não é
conquistada através de um vale.
b) a riqueza, num país,
distribui-se por meio de donativos.
c) a distribuição de vales
não admite a exclusão social.
d) as bolsas de consumo
propiciam as transformações sociais.
e) os subsídios desfazem a
desigualdade social.
689) No quarto parágrafo o
autor afirma: “Modernidade é humanidade. E essa visão só é possível para quem
pensa a sociedade do ponto de vista ético.” (/. 32-33). Assinale a opção que
NÃO confirma esta idéia.
a) Um país avança e se
desenvolve satisfatoriamente quando há a adequada integração da sociedade ao
processo produtivo.
b) Ciência e tecnologia
constituem fatores indispensáveis ao desenvolvimento, se tiverem como parâmetro
a sociedade.
c) O crescimento de um país
se dá à medida que há a prioridade para o desenvolvimento humano.
d) O emprego deve ser sempre
planejado em função do tipo de desenvolvimento que se quer para o país.
e) O crescimento de um país
mede-se pelo comportamento de primeiro mundo, demonstrado pela sociedade.
690) Em “...e também do
mundo empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao primeiro
mundo...” (/. 35-36), a parte sublinhada pode ser substituída, sem alteração de
sentido, por:
a) quanto à sua visão
imediatista
b) caso seja sua visão
imediatista
c) em razão da sua visão
imediatista
d) enquanto sua visão é
imediatista
e) ainda que considerando
sua visão imediatista
691) Leia atentamente a
afirmativa:
A exclusão social poderá ser
afastada pela . Analise os trechos abaixo, preenchendo os parênteses com (V) ou
(F), conforme completem a afirmativa dada de modo verdadeiro ou falso, segundo
o sentido geral do texto. A seqüência correta é:
( ) possibilidade de
ocupação para todos os membros da sociedade
( ) distribuição equânime da
riqueza
( ) alienação do indivíduo
do processo produtivo
( ) eliminação da taxa de
indigência
( ) volta aos processos de
desenvolvimento do passado
a) F-V-V-V-F
b) F-F-V-F-F
c) V-V-F-V-F
d)V-V-F-V-V
e) V-V-V-F-V
692) Os textos I e II
apresentam como preocupação comum o(a); (Para resolver esta questão, é
necessário voltar ao texto anterior, n° XCIV, pois ambos pertencem à mesma
prova.)
a) desenvolvimento da
tecnologia
b) questionamento da
modernidade
c) competição entre os
produtores
d) distância entre as
camadas sociais
e) distribuição de parcelas
do poder entre as classes
TEXTO XCVI
A LIBERDADE E O CONSUMO
Quantos morreram pela
liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de
dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos? No plano
intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e
Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant,
Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a
inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se
transformam em direitos do cidadão? Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da
filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias. Mas vivemos hoje
em uma sociedade em que a maioria já não
sofre agressões a essas liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista
desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi
atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo. O que é
percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o
que quer, vive sob o manto da lei (ainda
que capenga) e tem direito de mover-se livremente? O primeiro templo da
liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do
contracheque, são as prateleiras
abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas
décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora faltava manteiga, ora leite,
ora feijão). Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do
supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana
virou ícone da liberdade no Leste
Europeu. A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta,
o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que
direção partir. Podemos até não ir a lugar algum, mas é gostoso saber que há um
veículo parado à porta, concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja
aonde for. Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor
revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo. A terceira liberdade
é a televisão. É a janela para o mundo. É a liberdade de escolher os canais
(restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou
estar tão perto das notícias quanto um presidente da República - que nos
momentos dramáticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de
reis, heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em
apresentadores de TV. Uma “liberdade” recente é o telefone celular. É o
gostinho todo especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer
momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas pessoas, é uma
revolução no cotidiano e na profissão.
Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a
comunicação, por boba que seja. Há ainda uma última liberdade, mais nova, ainda
elitizada: a internet e o correio eletrônico. É um correio sem as
peripécias e demoras do carteiro,
instantâneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane o destinatário do nosso
attachment megabáitico) e que está a nosso dispor, onde quer que estejamos. E
acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informações, excessivas e
desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia,
arte e empulhação. Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por
objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos
atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana.
Mas assim é a nossa natureza, só nos preocuparmos com o que não temos ou com o
que está ameaçado. Se há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência
de nossas liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as
outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação
do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o filósofo Joãosinho
Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas por não poder desfrutá-los.
(Cláudio de Moura Castro. Veja 1712,08/08/01)
693) O primeiro parágrafo do
texto apresenta:
a) uma série de perguntas
que são respondidas no desenrolar do texto
b) uma estrutura que procura
destacar os itens básicos do tema discutido no texto
c) um questionamento que
pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas
d) um conjunto de perguntas
retóricas, ou seja, que não necessitam de respostas
e) umas questões que
pretendem realçar o valor histórico de alguns heróis nacionais
694) Nos itens abaixo, o
emprego da conjunção OU (em maiúsculas) só tem nítido valor alternativo em:
a) “Quantos foram presos OU
espancados pela liberdade de dizer o que pensam?”
b) “A segunda liberdade
moderna é o transporte próprio, BMW OU bicicleta...”
c) “...de ver um programa
imbecil ou um jogo, OU estar tão perto das notícias...”
d) “...só nos preocupamos
com o que não temos OU com o que está ameaçado.”
e) “É estar próximo de reis,
heróis, criminosos, superatletas OU cafajestes...”
695) O item abaixo que
indica corretamente o significado da palavra em maiúsculas no texto é:
a) “...mas não foram as únicas
a GALVANIZAR controvérsias.” discutir
b) “...comer uma banana
virou um ÍCONE da liberdade no Leste europeu.” - fantasia
c) “...consomem-se filosofia
e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; - grosseria
d) “...cafajestes
METAMORFOSEADOS em apresentadores de TV.” desfigurados
e) “...que a distância não
mais CERCEIA a comunicação...” – impede
696) “Como conciliar a
liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado?”; nesse segmento do
texto, o articulista afirma que:
a) o Estado age
obrigatoriamente contra a liberdade
b) é impossível haver
liberdade e governo ditatorial
c) ainda não se chegou a
unir os cidadãos e o governo
d) cidadãos e governo devem
trabalhar juntos pela liberdade
e) o Estado é o responsável
pela liberdade da população
697) “O primeiro templo da
liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições
do contracheque, são as prateleiras
abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo...”; o segmento sublinhado
corresponde semanticamente a:
a) as despesas do
supermercado são muito pesadas no orçamento doméstico.
b) os salários não permitem
que se compre tudo o que se deseja.
c) as limitações de crédito
impedem que se compre o necessário.
d) a inflação prejudica o
acesso da população aos bens de consumo.
e) a satisfação de comprar
só é permitida após o recebimento do salário.
698) “Não houve ideal
comunista que resistisse às tentações do supermercado”; com esse segmento do
texto o autor quer dizer que:
a) todo ideal comunista se
opõe aos ideais capitalistas.
b) a ideologia comunista
sofre pressões por parte dos consumidores.
c) os supermercados
socialistas são menos variados que os do mundo capitalista.
d) o ideal comunista ainda
resiste à procura desenfreada por bens de consumo.
e) as tentações do
supermercado abalaram as estruturas capitalistas.
699) “É a liberdade de
escolher os canais (restritos em países totalitários)....”; o segmento
sublinhado significa que:
a) nos países totalitários a
censura impede o acesso à programação capitalista.
b) o número de canais
disponíveis é bem menor do que nos países não-totalitários.
c) a televisão, nos países
totalitários, é bem de que só poucos dispõem.
d) nos países totalitários
todos os canais são do sistema de TV a cabo.
e) nos países totalitários,
a TV não sofre censura governamental.
700) “...consomem-se
filosofia e pornografia, arte e
empulhação”; a forma
abaixo que modifica o
sentido desse segmento do texto é:
a) filosofia e pornografia,
arte e empulhação são consumidas.
b) consomem-se não só filosofia
e pornografia, como também arte e empulhação.
c) consome-se filosofia e
pornografia, arte e empulhação.
d) consomem-se filosofia,
pornografia, arte e empulhação.
e) filosofia e pornografia
são consumidas como arte e empulhação.
701) “Essas questões puseram
em choque os melhores neurônios da
filosofia...”; esse segmento
significa que:
a) os maiores filósofos se
opuseram nas discussões sobre liberdade.
b) a liberdade e o consumo
sempre foi motivo de discussão entre filósofos.
c) as questões citadas foram
motivo de muitas preocupações filosóficas.
d) os filósofos brigaram
entre si por causa da liberdade de consumo.
e) as perguntas sobre
liberdade foram respondidas pelos melhores filósofos.
702) O item em que NÃO está
presente uma crítica do jornalista é:
a) “Foi atraído
(corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.”
b) “...vive sob o manto da
lei (ainda que capenga)...”
c) “...de ver um programa
imbecil ou um jogo,...”
d) “...consomem-se filosofia
e pornografia, arte e empulhação.”
e) “O primeiro templo da
sociedade burguesa é o supermercado...”
703)”O que é percebido como
liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive
sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem o direito de mover-se
livremente?”; segundo o texto, a
resposta abaixo que é INADEQUADA é:
a) a liberdade de consumo
b) a liberdade de movimento
c) a liberdade de
comunicação
d) a liberdade política
e) a liberdade religiosa
704) O item em que o autor
do texto NÃO faz crítica direta ou indireta aos regimes não-democráticos é:
a) “Não houve ideal
comunista que resistisse às tentações do supermercado.”
b) “Logo depois da queda do
Muro de Berlim, comer uma banana virou um ícone da liberdade no Leste Europeu.”
c) “Alguém já disse que a
Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a
Itália ao comunismo.”
d) “Como conciliar a
liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais
se transformam em direitos do cidadão?”
e) “É a liberdade de
escolher os canais (restritos em países totalitários), ...”
705) “Mas, infelizmente,
deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos.”; o
comentário adequado a esse segmento do texto é:
a) “infelizmente” revela uma
opinião do jornalista sobre o enunciado
no segmento do texto.
b) o consumismo é visto como
fonte de alienação.
c) muitos desejam ser
consumistas, mas não podem sê-lo.
d) o consumismo é também
produtor de prazer para muitos.
e) os “muitos” a que se
refere o texto são os que vivem em regimes não-capitalistas.
TEXTO XCVII
MELHOR QUALIDADE DE VIDA
O exemplo de Los Angeles, onde grupos sociais se
organizaram para
buscar soluções para seus problemas, deve ser observado
com atenção.
Formando, inclusive, patrulhas civis para inibir a violência urbana,
demonstraram o quanto a participação de todos é vital.
Sem uma mudança
5 radical de mentalidade jamais construiremos uma
convivência tranqüila
e segura. Cada um por si é o caminho do suicídio. Contar
apenas com o
governo, com a polícia, para nossa proteção, é confiar
demais na sorte.
Temos que assumir nossas responsabilidades. Vizinhos,
amigos, qualquer
um que cruze por nossa calçada não pode ser encarado como
um estranho.
10 Devem ser como parte de nossas famílias.
(Jornal da Semana - 18 de novembro de 1995)
706) Segundo o texto, a melhor qualidade de vida depende:
a) da ação da polícia
b) da ação organizada do governo
c) da ação integrada de toda a comunidade
d) da formulação de patrulhas civis
e) da ação individual
707) O autor cita o exemplo de Los Angeles para:
a) demonstrar que nos Estados Unidos tudo funciona
melhor.
b) poder abordar problemas semelhantes no Brasil.
c) indicar caminhos equivocados na solução do problema da
violência.
d) provar que só a democracia pode consertar os erros
sociais.
e) mostrar que os americanos já resolveram os problemas
que nos incomodam.
708) “...para buscar soluções...” (/. 2); neste trecho, a
preposição para indica:
a) causa
b) direção
c) comparação
d) concessão
e) finalidade
709) “...para seus problemas...” (/. 2); o possessivo
destacado tem como antecedente:
a) Los Angeles
b) grupos sociais
c) patrulhas civis
d) soluções
e) famílias
710) Quando o texto fala na primeira pessoa do plural, se
refere a:
a) todos os cidadãos brasileiros
b) cidadãos que sofrem com a violência
c) jornalista e seus leitores
d) cariocas, em particular
e) cidadãos de Los Angeles e do Rio de Janeiro
711) “Cada um por si é o caminho do suicídio.” (l. 6).
Nesta frase há uma
condenação clara:
a) da violência
b) do individualismo
c) da sociedade
d) da polícia
e) das autoridades
TEXTO XCVIII
COMPADRISMO
O compadrismo é uma
autêntica instituição nacional, nascida dessa nossa tendência para a
aproximação e a camaradagem. Também a nossa política anda impregnada desses
mesmos sentimentos, que têm levado o Brasil à beira do abismo, porque o governo
tem de ser muito pessoal e individualista, cheio de vantagens e proteções, de
abraços e intimidades. (A. da Silva Mello)
712) Deduz-se da leitura do
texto que:
a) o compadrismo deve ser
abolido para que a política brasileira tenha atuação positiva.
b) o compadrismo é uma
instituição nacional que se limita à política.
c) os governos devem ser
pessoais e individualistas para que não se contaminem pelo compadrismo.
d) as vantagens e as
proteções governamentais são frutos da recusa do compadrismo em nossa política.
e) o compadrismo é uma
instituição americana e tem feito a desgraça política de muitas nações do
continente.
713) Ao dizer que o compadrismo é uma autêntica instituição
nacional, o autor não indica a que nação
se refere, mas os leitores sabem que ele se refere ao Brasil; esse conhecimento
deriva do fato de que:
a) o autor é brasileiro.
b) o texto foi produzido no
Brasil e para ser lido aqui.
c) a língua utilizada no
texto é a portuguesa.
d) só o Brasil possui o
compadrismo.
e) as informações do texto
se referem ao Brasil.
714)Ao dizer que o
compadrismo nasce da nossa tendência para a
aproximação e a camaradagem,
o autor do texto comete um erro
argumentativo, que é:
a) atribuir a um efeito a
posição de causa.
b) partir de uma inferência
para o seu raciocínio.
c) misturar método dedutivo
e indutivo.
d) formular inadequadamente
um silogismo.
e) partir do geral para o
particular.
715) O autor empregou a
palavra impregnada a fim de:
a) mostrar a enorme participação do compadrismo em nossas
decisões políticas.
b) indicar uma visão negativa do compadrismo em nosso
governo.
c) melhorar o nível de linguagem empregada em texto
destinado a leitores cultos.
d) demonstrar sua preocupação com a clareza da linguagem
utilizada.
e) contaminar o texto com a linguagem médica, a fim de
implicitamente dar a conhecer a sua profissão.
716) “...porque o governo tem de ser muito pessoal e
individualista,...”; nesse caso, o autor:
a) indica um caminho a ser seguido pelos bons governos.
b) mostra como deveria ser a realidade política nacional.
c) condena a ausência do compadrismo na política.
d) mostra uma tendência derivada do compadrismo.
e) elogia a atitude de um governo democrático.
717) O texto I pode ser classificado como:
a) narrativo
b) argumentativo
c) informativo
d) publicitário
e) descritivo
TEXTO XCIX
A INDUSTRIALIZAÇÃO
O problema básico de nossa
economia estará em breve sob novo signo. O país semicolonial, agrário,
importador de manufaturas e exportador
de matérias-primas poderá arcar com as responsabilidades de uma vida industrial
autônoma, provendo as suas urgentes necessidades de defesa e aparelhamento.
(Getúlio Vargas)
718)Deduz-se da leitura do texto II que:
a) não vão ocorrer mudanças no cenário econômico.
b) o problema de nossa economia está na falta de
industrialização.
c) o Brasil vai deixar de dedicar-se à agricultura.
d) o problema econômico do Brasil é fruto do
colonialismo.
e) o nosso país vai deixar de importar manufaturas.
719) A situação referida no momento da enunciação do
texto:
a) vai ocorrer em breve, na dependência de algumas
condições.
b) vai certamente acontecer num futuro próximo.
c) já ocorreu num passado recente.
d) ocorreu num passado recente e vai continuar no futuro.
e) é fruto da imaginação nacionalista de Getúlio Vargas.
720) 0 item abaixo que NÃO representa uma mudança na
realidade brasileira, segundo o texto, é:
a) agrário / industrial
b) importador / produtor :
c) semicolonial / colonizado
d) dependente / independente
e) antigo / moderno
721) Na primeira linha do texto, o vocábulo básico
equivale semanticamente a:
a) tradicional
b) histórico
c) fundamental
d) estrutural
e) clássico
722) Agrário se
refere a campo; o vocábulo abaixo em que esse radical tem significado diferente
é:
a) agricultor
b) agridoce
c) agrimensor
d) agreste
e) agrícola
723) “...as suas urgentes
necessidades de defesa e aparelhamento”; levando-se em consideração o contexto,
o vocábulo defesa pode aplicar-se aos campos:
a) econômico e militar
b) político e econômico
c) político e social
d) social e militar
e) econômico e social
724) O texto pode ser visto como:
a) fruto da imaginação do governante
b) uma promessa política
c) uma realidade presente e tangível
d) um protesto contra a exploração
e) uma crítica aos países ricos
TEXTO C
A SUBSISTÊNCIA INDÍGENA
Os índios brasileiros
provêem sua subsistência usando os recursos naturais de seu meio ambiente. A
grande maioria das tribos indígenas pratica a agricultura. Seu processo
agrícola, chamado coivara, consiste num sistema de queimadas e de fertilização
da terra com as cinzas. A caça e a pesca não despertam o mesmo interesse em
todos os grupos tribais. Certas tribos possuem alimentação predominantemente
carnívora e são hábeis caçadoras. Algumas outras apresentam grande número de
preceitos religiosos que proíbem comer a carne de certos mamíferos, tendo, por
isso, a base de sua alimentação na pesca. A coleta de raízes, frutos silvestres
e mel é praticada, em grau maior ou menor, por todas as tribos. Para aqueles
que desconhecem a agricultura, constitui-se na principal fonte de alimento
vegetal. (Superinteressante, n. 47)
725) A palavra subsistência, presente no título do texto,
significa:
a) meio de sobreviver
b) método de alimentação
c) processo de cultivo
d) modo de trabalhar
e) sistema de caça
726)”Os índios brasileiros provêem sua subsistência...”;
o verbo destacado
significa:
a) fabricam
b) adquirem
c) compram
d) providenciam
e) atingem
727) A expressão “meio ambiente” significa:
a) um ambiente médio
b) a metade de um ambiente
c) um local pobre
d) o espaço onde se vive
e) o meio natural e primitivo
728) A oração “usando os recursos naturais de seu meio
ambiente” transmite idéia de:
a) modo
b) finalidade
c) meio
d) tempo
e) condição
729) Entre os recursos naturais usados pelos índios NÃO
se encontra:
a) a caça
b) a pesca
c) frutos silvestres
d) mel e raízes
e) a coivara
730) Ao dizer que a “a grande maioria das tribos pratica
a agricultura”, o autor do texto quer informar ao leitor que:
a) todas as tribos indígenas praticam a agricultura como
meio de subsistência.
b) a agricultura é praticada de forma rudimentar pelas
tribos indígenas brasileiras.
c) nem todos os índios praticam a agricultura.
d) os recursos naturais do meio ambiente são utilizados
pelos indígenas.
e) as tribos brasileiras estão num baixo estágio
cultural.
731) “Seu processo agrícola, chamado coivara, consiste
num sistema de queimadas e de fertilização da terra com as cinzas.”; o item
abaixo que está de acordo com o que é dito nesse segmento do texto é:
a) a coivara é um processo agrícola só conhecido pelos
índios.
b) a queimada é necessária para a fertilização do solo.
c) as cinzas fertilizam o solo pouco antes de ocorrerem
as queimadas.
d) o processo agrícola dos índios já se utiliza da
cultura dos brancos.
e) as cinzas são misturadas à terra para aumentar a
intensidade das queimadas.
732) “A caça e a pesca não despertam o mesmo interesse em
todos os grupos tribais.”; isto significa que:
a) a caça e a pesca despertam menos interesse que a
agricultura.
b) os grupos tribais não possuem interesse idêntico pela
caça e pela pesca.
c) algumas tribos possuem mais interesse pela pesca que
pela caça.
d) algumas tribos possuem mais interesse pela caça que
pela pesca.
e) todas as tribos possuem interesse pela caça e pela
pesca.
733) “Certas tribos possuem alimentação predominantemente
carnívora e
são hábeis caçadoras.”; o fato de algumas tribos serem
hábeis caçadoras é
visto no texto como:
a) causa de algumas tribos se alimentarem
predominantemente de carne
b) conseqüência de algumas tribos terem preferência pela
carne como alimento
c) condição de terem abandonado a agricultura como meio
de subsistência ..
d) demonstração de que a afirmação anterior é verdadeira
e) explicação do fato de algumas tribos se alimentarem de
carne
TEXTO CI
A INTELIGÊNCIA ANIMAL
Há muito vem sendo estudada
a possibilidade de haver, no reino animal, outros tipos de inteligência além da
humana. Vejam, por exemplo, o golfinho. Dizem que esses simpáticos mamíferos
pensam mais rápido do que o homem, têm linguagem própria e também podem
aprender uma língua humana. Além disso, chegam a adquirir úlceras de origem
psicológica e sofrem stress por excesso de atividade. (Cláudio Moreno)
734)”...sofrem stress por excesso de atividade.”; o item
abaixo que substitui
INADEQUAMENTE a preposição por nesse segmento do texto é:
a) em razão do
b) por causa do
c) devido ao
d) visto o
e) após o
735) A semelhança entre o golfinho e o homem só NÃO está:
a) na possibilidade de sofrer distúrbios psicológicos
b) na presença de inteligência
c) no uso da linguagem
d) na impossibilidade de aprender
e) na utilização de várias linguagens :
736) O golfinho serve de exemplo comprovador de que:
a) há animais que não pensam tão rápido quanto o homem.
b) outros animais também possuem inteligência humana.
c) o homem não pode falar com os golfinhos.
d) outros mamíferos também podem falar a nossa língua.
e) há animais que pensam como os humanos.
737) Ao dizer “Vejam...”, o autor do texto refere-se:
a) aos amigos que o escutam
b) a todos os homens
c) aos que não crêem no que diz
d) aos possíveis leitores
e) aos biólogos, em geral
738) Palavra que, no texto, se refere a golfinho,
evitando a sua repetição, é:
a) animal
b) mamíferos
c) inteligência
d) reino
e) linguagem
739) “Dizem que esses simpáticos mamíferos...”; a
utilização da forma verbal dizem mostra que:
a) a ciência já estudou a questão.
b) há certeza no que se diz.
c) o autor não acredita no que é dito por outros.
d) ainda há possibilidades de haver erro no que é dito.
e) ainda não houve livros publicados a respeito desse
assunto.
740) Após a leitura do texto, podemos dizer que os
golfinhos:
a) não são inteligentes.
b) são pouco inteligentes.
c) são humanamente inteligentes.
d) são diferentemente inteligentes.
e) talvez sejam inteligentes como os humanos.
Gabarito das questões
627 e 628 d 629 b
630 d 631 a 632 e 633 b
634 c 635 c 636 a
637 a 638 d 639 b
640 a 641 d 642 b 643 d
644 a 645 b 646 b
647 e 648 b 649 b 650 b 651 d
652 d 653 c 654 b 655 e
656 a 657 e 658 c
659 c 660 c 661 c 662 a 663 b
664 d 665 b 666 d
667 b 668 e 669 c 670 e 671
b 672 e
673 c 674 c 675 d
676 a 677 a 678 d
679 b 680 d 681 c 682 a 683 d
684 a 685 d 686 c 687 b
688 a 689 e 690 e 691 c 692 d
693 d 694 b 695 e
696 a 697 b 698 b
699 b 700 e 701 a 702 e 703 e 704 d 705 e 706 c 707 b 708 e 709 b
710 c 711 b 712 a 713 b
714 a 715 b 716 d
717 b 718 d 719 b
720 c 721 c 722 b 723 a 724 b
725 a 726 d 727 d
728 c 729 e 730 c 731 b 732
b 733 b
734 e 735 d 736 d
737 d 738 b 739 d
740 d.
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